Hoje percebi pouco do que disseste.
Aquele olhar que se prende no meu é o que me acalma o coração.
Tenho tanto medo quando se perder.
Tenho tanto medo de um dia chegar e a pergunta que faço sempre, não tiver resposta.
Gosto tanto de ti.
Há poucas pessoas a quem consigo dizê-lo.
A ti não consigo.
Sinto-o em cada pedaço de mim. Mas não consigo.
Lembro-me das brincadeiras que se perderam no tempo, da tua habilidade, da tua força.
Na segunda-feira prometi que te ia ver e levar um bolo.
E vou.
Não fiques triste.
Vamos celebrar a vida apesar das partidas que ela teima em pregar-nos.
Vou levar-te uma vela. Sim. Um bolo e uma vela.
Não desisto de ti.
Não desistas por mim, por nós.
Meu querido, não nos abandones já. É cedo demais.
O marinheiro teima em querer levar-te, não deixes.
Ainda tens de ver os teus netos crescerem e os bisnetos nascerem. Dizes-lhe isso?
Não desistas meu querido. Não desistas.
Da tua "ruinzona".
Fotografia: Nick Brandt