quinta-feira, 30 de abril de 2015

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa


terça-feira, 28 de abril de 2015

Serviços

Se tem um livro que quer publicar, se precisa de ver os seus trabalhos revistos não hesite em contactar-me. 

Regime de freelancer: 
- revisora de textos/conteúdos
- consultora

Para mais informações: borboletazulmira@gmail.com . 

Faça do seu sonho uma realidade, como eu fiz!

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Mulheres trabalham mais do que os homens

Segundo o relatório da ONU - Organização das Nações Unidas "Progresso das Mulheres do Mundo 2015: Transformar Economias, Realizar Desejos", as mulheres trabalham mais do que os homens, no que toca a trabalho doméstico. 
Ora pois. 
Somos mães. 
Temos dois ou três trabalhos para pagar as contas e quando chegamos a casa ainda temos tudo para fazer, desde cozinhar a passar a ferro. 
Deixo o link para uma notícia do Jornal Sol
http://www.sol.pt/noticia/388586

Fui

Estive fora cá dentro do nosso Portugal lindo este fim de semana.
Sorri, brinquei, esqueci, perdoei, amei.
Brindei à liberdade e à revolução dos cravos. 
Até o sol brilhou!
Andei de ténis, de cabelo desgrenhado e sem preocupações. 
Fui menina e mulher. 
Fui tão, mas tão feliz!














quinta-feira, 23 de abril de 2015

Dia Mundial do Livro

Hoje é Dia Mundial do Livro. 
E eu sou uma apaixonada por eles. 



Estes dois saíram-me das entranhas. 
Em cada frase está um bocadinho de nós, de quem passou pela nossa vida, quem nos amou, quem partiu. 
Escrever é dar voz ao sentimento. 
Cada lágrima, cada gargalhada durante este processo tão solitário que é a escrita, é tão bom, mas tão bom!
É recordar o que já foi e sonhar com o que há-de vir. 
Se sou feliz a escrever? Muito!!!!




quarta-feira, 22 de abril de 2015

Contigo aprendi a amar

Cresci apaixonada por ti. 
Aprendi a amar cada gesto,
cada olhar, 
cada sorriso,
cada gargalhada. 
Perdemo-nos neste caminho que é a vida. 
Hoje olho para ti e ainda sinto as mesmas borboletas de há quase duas décadas.
Daqui a uns anos espero poder olhar para trás e ter a certeza que foi o certo. 
Espero que também o sintas. 
Eu sei que tu sabes, mas vamos continuar a guardá-lo só para nós. 
Um segredo que não queremos partilhar. 
Vamos vivê-lo só nos nossos sonhos. 
Lá tudo é possível. 



Fotografia: California, Elliott Erwitt,1955





terça-feira, 21 de abril de 2015

Noivas preparem-se!

Mostro hoje um vestido lindo. 
Encontrei por acaso o website. 
Então não é que tem vestidos lindos, lindos, lindos! 
E noivas? Há por aí?








segunda-feira, 20 de abril de 2015

Mais um dia

Fui vê-lo este fim de semana. 
O quarto estava escuro. 
Não resmungou quando acendi a luz. 
Olhou para mim. Conheceu-me. 
Beijei-o na face e sentei-me ao lado dele. 
Falei-lhe durante horas. 
Estava atento ao que eu dizia. 
Perguntei-lhe o que tinha almoçado. Não se lembrava. 
No quarto pairava uma melancolia menor do que nos outros dias. 
Perguntaram-lhe se gostava que eu o fosse visitar. Acenou com a cabeça que sim. 
Disseram-lhe que no outro fim de semana não tinha ido lá. Concordou. 
Foi bom sentir que sabia quem eu era.
Quando não souber beijo-o, sento-me na cama dele e ajudo-o a lembrar. 



Fotografia: Jeffrey Pine







sexta-feira, 17 de abril de 2015

Amor de manas

Duas manas reencontram-se numa tarde de primavera. 
São tão diferentes. 
Uma tem o rosto marcado pelo sofrimento de uma vida vivida em prol dos seus. Roubaram-lhe o marido cedo de mais. 
A outra é a cara da mãe, tem os cabelos grisalhos e já se apoia numa bengala.
Que saudades eu tenho. 
Lembro-me de regressar da escola, ao final da tarde, dar-lhe o lanche e deitar-me no tapete da sala a ver a Carrinha Mágica e a comer bolachas de manteiga e chocolate até mais alguém chegar a casa.
Recordam-se desses desenhos animados?
Ah, como eu viajava com toda aquela magia! 
Ainda tenho na memória o lugar onde ela gostava de colocar a cadeira nos dias de sol sempre com o lenço na cabeça e o xaile pelas costas.
As manas conversam. 
O ambiente está pesado. 
Eu sinto. 
Toda a gente sente. 
Falam sobre este e aquele.
Falam sobre o tempo. 
Evitam o assunto. 
O tempo resfria como se de uma verdadeira despedida se tratasse. 
Eu dou um beijo à mana e digo "venha visitar-nos" e um com um sorriso responde-me "até um dia minha filha". 
A noite chega e com ela a esperança de que não seja um adeus. 


Fotografia: Sebastião Salgado

quinta-feira, 16 de abril de 2015

O verão


Confesso que já me perco a ver roupas de verão. 
Este website tem peças fantásticas! 
E quem disse que na praia as mulheres têm biquínis todos iguais?




segunda-feira, 13 de abril de 2015

Caminhar ao teu lado

Quero caminhar ao teu lado
Quero amparar-te
Quero seguir os teus passos
Quero ver-te voar
Quero ver-te feliz
Quero ceder
Sem nunca esquecer. 

Quero conhecer cada ruga
do teu rosto.
Quero perdoar
sem nada temer.
Quero lutar
Quero amar. 

Se um dia o sol deixar de brilhar
Se os pássaros deixarem de bailar
Se as árvores ficarem despidas
Se os mares deixarem de ter marinheiros
O meu amor por ti não venceu. 

Se esse dia chegar meu amor
Eu não serei eu
Nem tu serás tu. 





domingo, 12 de abril de 2015

O sonho

Hoje sonhei com ele. 
Foi como se estivesse ali comigo na cama. 
Sonhei aquilo que não consigo dizer. 
Sonhei aquilo que não sou capaz de fazer. 
Sonhei com risadas, com beijos e abraços. 
Senti que tinha conseguido dizer tudo o que me vai na alma. 
Senti tudo isso e muito mais. 
E quando acordei o meu coração doeu. 
Doeu porque voltei de novo à realidade. 


Para ti.


sexta-feira, 10 de abril de 2015

Coleção Carolina Herrera



Lindos de mais. Noivas vejam e deliciem-se. 



Carolina Herrera 'Daisy' Wedding Gown- Fall '15



Carolina Herrera 'Delfina' Wedding Gown- Fall '15


Carolina Herrera 'Dahlia' Wedding Gown- Fall '15



Coleção aqui:

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Se me esqueceres


Quero que saibas
uma coisa.

Sabes como é:
se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fosse pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.

se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fosse pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.


Mas agora,
se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco.


Se de súbito
me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido.


Se julgas que é vasto e louco
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.


Porém
se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor, ai minha amada,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus. 


Pablo Neruda, in "Poemas de Amor de Pablo Neruda" 

Fotografia: Ansel Adams

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Pessoa para um dia cinzento

Já não me importo
Até com o que amo ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto
E cujo movimento é ali estar.

Nada me resta
Do que quis ou achei.
Cheguei da festa
Como fui para lá ou ainda irei

Indiferente
A quem sou ou suponho que mal sou,
Fito a gente
Que me rodeia e sempre rodeou,
Com um olhar
Que, sem o poder ver,
Sei que é sem ar
De olhar a valer.

E só me não cansa
O que a brisa me traz
De súbita mudança
No que nada me faz.

Fernando Pessoa

Fotografia: Ansel Adams

Funeral Blues de W. H. Auden


Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He Is Dead,
Put crêpe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last for ever: I was wrong.

The stars are not wanted now: put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood;
For nothing now can ever come to any good.



Fotografia: Henri Cartier Bresson




Páscoa


E assim se resumem uns dias de descanso, amor, paz e sobretudo família. 
Já dizia Tolstoi "A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família".










quarta-feira, 1 de abril de 2015

Tenho medo


Tenho medo do teu corpo. 
Tenho medo do tempo. 
Tenho medo da escuridão. 
Tenho medo que não me reconheças. 
Tenho medo do meu nome não te fazer recordar as brincadeiras. 
Tenho medo de na despedida não me prenderes mais no teu olhar.
Que os pássaros parem de chilrear nessa altura, que o sol se esconda, que a brisa deixe de correr, que o vento pare de soprar, que os minutos parem para eu poder dizer que te adoro.