Quando anunciei que ia enveredar por um Curso
de Comunicação Social, a família e os amigos disseram que eu estava louca.
Como
é que uma miúda tão tímida ia ser jornalista?
Mas
tirei-o.
Quando disse que ia escolher uma universidade
perto de casa, disseram-me que era quase impossível, com milhares de
candidatos.
Mas
eu consegui.
Quando disse que tinha escrito “A borboleta
Zulmira” não acreditaram que eu conseguiria publicá-lo.
Mas eu publiquei.
Quando escrevi o romance “O verdadeiro amor
nunca morre” disseram que o mais provável era nem me responderem da Chiado Editora.
Responderam e eu publiquei-o em junho deste
ano.
Em grande parte da nossa vida ouvimos
“porquê?”, “mas isso vale a pena?”, “serve para quê?”.
Quantas mulheres tentaram afirmar-se noutros
tempos e não conseguiram tendo de utilizar pseudónimos no masculino?
Quantas pela força das palavras e da
irreverência tentaram fazer a diferença?
Podemos falar em nomes como Coco Chanel,
Margareth Thatcher, Leila Diniz, Joana D'Arc, entre tantas outras.
Ser mulher é lutar, é conseguir, é sermos
Maria Capazes.
Tenho excelentes exemplos.
Um deles é o da minha querida avó.
Ilda é o seu nome.
Sozinha criou e educou uma filha. Em tempos
difíceis, como quando andava na vindima, levava a filha consigo, que ficava
dentro de uma caixa, à sombra, a brincar. Já lá vão mais de quarenta anos.
Revirava o mundo se fosse preciso para que os
seus amores fossem felizes. É uma guerreira.
A minha mãe é outro. É uma lutadora, a líder
nata da família, o alicerce de todos nós.
Somos mulheres, damos vida, somos seres
frágeis e fortes ao mesmo tempo, numa mistura doce e amarga como um cocktail.
N´”O verdadeiro amor nunca morre”, também uma
Maria é a personagem principal daquela história. Naquele caso uma Maria
Eduarda, que luta por manter uma família unida e consegue, mesmo com todas as
adversidades, mesmo fugindo – lhe o tapete debaixo dos seus pés.
Como é bom ser mulher. Como é bom ser uma
Maria.
Para vocês minhas corajosas Maria Capazes.