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segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca; 
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja para sempre amada 
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta 
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso 
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria 
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada 
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

Oswaldo Montenegro

A Persistência da Memória, Salvador Dali

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Habemos Nobel da Literatura!

Chama-se Svetlana Alexievich e nasceu no ano de 1948 em Ivano-Frankovsk. Filha de pai bielorrusso e mãe ucraniana é  a 14.ª mulher a receber o Nobel da Literatura. 

Segundo o Jornal Diário de Notícias “De fora ficaram o eterno Haruki Murakami, Philip Roth, Joyce Carol Oates e Ngugi Wa Thiong'o, bem como António Lobo Antunes, outros dos mais bem posicionados escritores. Svetlana Alexievichn é a 14.ª mulher a recebê-lo entre os 112 escritores que fazem parte da lista do Nobel da Literatura - a última tinha sido Alice Munro, em 2013”. http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=4822979

Svetlana Alexievich surpreendeu muitos, ao vencer, pois por norma destacam-se autores de romances, poesia ou novela. 

Já conhecia a autora? Eu vou certamente ler e procurar entender este género literário que nos apresenta. 

Daniela Rosário


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Amo-te sem saber como

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou seta de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Amo-te como a planta que não floriu e tem
dentro de si, escondida, a luz das flores,
e, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo
o denso aroma que subiu da terra.

Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te directamente sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira,
a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,
tão perto que a tua mão no meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos se fecham com meu sono.

Pablo Neruda, in "Cem Sonetos de Amor"



Pintura: Pablo Picasso



quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Domingo é dia de coisas boas!!!

Boa tarde a todos. 

Venho por aqui deixar a minha agenda. 

Próximo domingo, pelas 18h30, no âmbito das Jornadas Europeias do Património vou estar no Museu dos Patudos com o Doutor Luís Mota a falar sobre Turismo. 




Depois, termino a noite na Feira do Livro enquadrada na festa Eh!Toiro na Chamusca a convite da Rota do Livro. 




Já no sábado passado tinha estado no Sardoal com o meu mais novo "Assalto ao Museu dos Comboios".
Só tenho de agradecer!
E palmas para os autores e para quem divulga a cultura!
Vejo-o por lá!
Apareça!