Mostrar mensagens com a etiqueta medo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta medo. Mostrar todas as mensagens

sábado, 24 de outubro de 2015

Morena

Não negues, confessa
Que tens certa pena
Que as mais raparigas
Te chamem morena.

Pois eu não gostava,
Parece-me a mim,
De ver o teu rosto
Da cor do jasmim.

Eu não... mas enfim
É fraca a razão,
Pois pouco te importa
Que eu goste ou que não.

Mas olha as violetas
Morena
Não negues, confessa
Que tens certa pena
Que as mais raparigas
Te chamem morena.

Pois eu não gostava,
Parece-me a mim,
De ver o teu rosto
Da cor do jasmim.

Eu não... mas enfim
É fraca a razão,
Pois pouco te importa
Que eu goste ou que não.

Mas olha as violetas
Que, sendo umas pretas,
O cheiro que têm!
Vê lá que seria,
Se Deus as fizesse
Morenas também!

Tu és a mais rara
De todas as rosas;
E as coisas mais raras
São mais preciosas.

Há rosas dobradas
E há-as singelas;
Mas são todas elas
Azuis, amarelas,
De cor de açucenas,
De muita outra cor;
Mas rosas morenas,
Só tu, linda flor.

E olha que foram
Morenas e bem
As moças mais lindas
De Jerusalém.
E a Virgem Maria
Não sei... mas seria
Morena também.

Moreno era Cristo.
Vê lá depois disto
Se ainda tens pena
Que as mais raparigas
Te chamem morena!


Guerra Junqueiro, in "A Musa em Férias"

Ilha do Pessegueiro

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

[IT´S ALL ABOUT LOVE. LIVE AND LOVE.]

Funeral Blues

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message 'He is Dead'.
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun,
Pour away the ocean and sweep up the wood;
For nothing now can ever come to any good.

W.H.Auden


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Deste cantinho da Europa

É dramática a crise humanitária que temos vindo a assistir, aqui deste cantinho da Europa, através das nossas televisões. 

Falamos, conversamos, mas nenhum de nós sabe realmente a dor, a humilhação, o sofrimento pelo qual aquelas pessoas estão a passar. 

Fome. Miséria. Desumanidade.

Estas são as palavras reais que descrevem a situação. 

Neste sentido, a Unicef apela agora para uma eminente (que eu diria já presente) crise na Síria. Esta organização mundial apoia efectivamente através do fornecimento de água potável, da vacinação, da educação, etc.  

"A crise síria constitui a maior ameaça dos últimos anos para as crianças. No final de 2015, a violência e as deslocações forçadas terão  transtornado profundamente a vida de mais de 8.6 milhões de crianças na região. Em novembro de 2014,  o número de crianças nessa situação era de 7 milhões"  pode ler-se no website da Unicef. 

Eu acredito que juntos podemos fazer a diferença. 

Ajude a ajudar!


Fotografia: Unicef



Unicef: 


MULTIBANCO
Transferências > Ser Solidário > UNICEF

Transferência ou depósito bancários
Millennium BCP
NIB 0033 0000 0000 3196 2082 8
IBAN PT50 0033 0000 0000 3196 2082 8

Donativo por correio 
Cheque dirigido a:
Comité Português para a UNICEF,
Av. António Augusto Aguiar, 21 -3E,
1069-115 Lisboa


sexta-feira, 24 de julho de 2015

Os acessórios mais in estão na Zumbabiju!

Zumbabiju tem os acessórios mais in deste verão!Fios, pulseiras, brincos, tudo à distância de um clique!

Escolha já os seus : https://www.facebook.com/Zumbabiju

E já agora: boa sexta-feira!!!!!!!!!


terça-feira, 21 de julho de 2015

De pernas para o ar

Podia ser o título de uma música. 
Não é. 
A minha vida anda assim. 
Perco a noção do tempo.
Esqueço-me dos afazeres.
Deixo o ferro ligado.
Não fecho as torneiras.
Não tranco o carro em plena cidade. 
Tingi uma máquina inteira de roupa clara toda de rosa. 
O meu grande amor está doente.
Muito doente.
Prometi a mim mesma que quando ele não se lembrasse de mim, eu o faria lembrar. 
Sentei-me na cama dele, sempre que pude, antes de termos de ter uma com grades. 
A partir daí tudo mudou. 
Quarto diferente. Sonda. Luvas. 
Idas e vindas de INEM, tardes longas de espera, visitas ao hospital.
Quando veio para casa voltou a conhecer-me.
Não podia estar mais feliz. 
Mas não durou muito. 
Está internado.
E eu rezo. Rezo tanto. 
Só gostava que esta história tivesse um final feliz como nos contos de fadas. 



Fotografia: Jerry Uelsman

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Procura trabalho?

Quem gostaria de ter um trabalho em que tivesse isenção de horário? 
Em que não há limite de ganhos?
Em que podemos acompanhar os nossos filhos?
Curioso?
Então contacte-me através do email daniela.rosario@iol.pt




quinta-feira, 16 de julho de 2015

Mega promoção até 19 de julho!!!

Já escolheu? 
Envie me email para borboletazulmira@gmail.com e tratarei de fazer a encomenda. 
Não perca esta fantástica oportunidade. 
Produtos de luxo a preços espectaculares só mesmo na LR!




Terror de te Amar

Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo

Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa.

Que nenhuma estrela queime o teu perfil
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.

Para ti eu criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas.

Sophia de Mello Breyner Andresen, in “Obra Poética”

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas


O Teu Olhar

Passam no teu olhar nobres cortejos, 
Frotas, pendões ao vento sobranceiros, 
Lindos versos de antigos romanceiros, 
Céus do Oriente, em brasa, como beijos, 


Mares onde não cabem teus desejos; 
Passam no teu olhar mundos inteiros, 
Todo um povo de heróis e marinheiros, 
Lanças nuas em rútilos lampejos; 


Passam lendas e sonhos e milagres! 
Passa a Índia, a visão do Infante em Sagres, 
Em centelhas de crença e de certeza! 


E ao sentir-se tão grande, ao ver-te assim, 
Amor, julgo trazer dentro de mim 
Um pedaço da terra portuguesa! 


Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas" 

E o nosso Portugal hoje esteve assim. Cinzento. 

sábado, 6 de junho de 2015

As cores

Acredito que as cores, que o cheiro do mar, que a natureza têm a capacidade de nos transformar. 
Tenho de acreditar. 
Quando a vida nos teima em tirar pessoas que amamos, quando nos desilude, quando não nos deixa realizar os nossos sonhos, alcançar os nossos objetivos, temos de ser fortes, mas tão fortes, que só o Amor e o Acreditar nos ajuda a ir mais além. 
Todos os dias luto. 
Não desisto. 
Não baixo os braços. 
Vou até ao fim por mim e pelos que amo. 

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento". Clarice Lispector







sexta-feira, 15 de maio de 2015

A estrada

Sigo na direção que tenho de seguir. 
O meu coração ficou atrás. 
Apenas te olhei de soslaio.  
O teu cheiro entranhou-se no meu corpo, como se isso fosse possível se eu não te toquei. 
Ninguém sabe.
Só nós. 
O nosso passado mantém-se bem vivo, cheio de emoções que quase nos deixam nas entranhas um vazio que não sei explicar. 
Como as borboletas dançarinas se apoderam de mim e eu fico tola, sem jeito, sem noção, sem razão, desastrada, atrapalhada, confusa.
O meus pés não assentam no chão. Por baixo, areias movediças fazem com que possa cair a qualquer momento, num deserto do qual tenho tanto medo.  
Chego ao destino e não sei o que sinto. 
Tu não estás aqui. 
Não podes estar. 
Este segredo é só nosso e cada vez que os olhos se cruzam o tempo pára. Os segundos e os minutos deixam de ir no sentido da vida. 
Eu parei no tempo no dia em que me apaixonei por ti. 



segunda-feira, 11 de maio de 2015

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca. 

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto. 

De repente coloridas 
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor. 

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado) 

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte. 

Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca' 





segunda-feira, 20 de abril de 2015

Mais um dia

Fui vê-lo este fim de semana. 
O quarto estava escuro. 
Não resmungou quando acendi a luz. 
Olhou para mim. Conheceu-me. 
Beijei-o na face e sentei-me ao lado dele. 
Falei-lhe durante horas. 
Estava atento ao que eu dizia. 
Perguntei-lhe o que tinha almoçado. Não se lembrava. 
No quarto pairava uma melancolia menor do que nos outros dias. 
Perguntaram-lhe se gostava que eu o fosse visitar. Acenou com a cabeça que sim. 
Disseram-lhe que no outro fim de semana não tinha ido lá. Concordou. 
Foi bom sentir que sabia quem eu era.
Quando não souber beijo-o, sento-me na cama dele e ajudo-o a lembrar. 



Fotografia: Jeffrey Pine







quarta-feira, 1 de abril de 2015

Tenho medo


Tenho medo do teu corpo. 
Tenho medo do tempo. 
Tenho medo da escuridão. 
Tenho medo que não me reconheças. 
Tenho medo do meu nome não te fazer recordar as brincadeiras. 
Tenho medo de na despedida não me prenderes mais no teu olhar.
Que os pássaros parem de chilrear nessa altura, que o sol se esconda, que a brisa deixe de correr, que o vento pare de soprar, que os minutos parem para eu poder dizer que te adoro.