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Artigos - O Mundo Jornalismo


Crescimento do Turismo em Portugal: o caso do Turismo Ferroviário


Portugal é procurado pelos turistas tanto pela sua riqueza na oferta de bens culturais, patrimoniais e paisagísticos, bem como pelo sol e praia. Todos os anos surgem notícias da afluência de turistas, principalmente na época de verão, para destinos como é o caso do sul do país, nomeadamente, o Algarve.
No entanto e indo ao encontro do estudo que temos vindo a efetuar, no âmbito da dissertação de Mestrado em Desenvolvimento de Produtos de Turismo Cultural, constatamos que também a procura por alternativas a esta oferta têm vindo a crescer. No que concerne ao crescimento do turismo no domínio ferroviário sabemos que se pode desenvolver tanto no que diz respeito à área patrimonial como na área da inovação. O turismo comporta segmentações de acordo com os tipos de Procura: o turismo ferroviário é um segmento bem posicionado nesse contexto operacional e económico.
 No nosso país existem dois comboios que tentam colmatar a falha que temos em termos de serviços turístico-ferroviários, nomeadamente o Comboio Histórico do Douro, operacionalizado pela CP – Comboios de Portugal e o Comboio Presidencial, que pertence ao acervo do Museu Nacional Ferroviário. A não existência de uma associação nacional que zele por estes interesses é uma falha, apesar das iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas nesse sentido pela FEDECRAIL - European Federation of Museum & Tourist Railways.
Neste sentido, falar em Património Industrial Ferroviário assenta essencialmente no estudo, recuperação e promoção de um produto com forte valor específico e diferenciado com capacidade para captar turistas e integrar-se nas redes de turismo tanto nacionais como internacionais assumindo aqui a FEDECRAIL, na nossa opinião, um papel crucial. O Médio Tejo, com o seu Museu Nacional Ferroviário, é um componente do destino turístico “Portugal”, que deve ser encarado como “chave” no âmbito ferroviário e os operadores turísticos devem ser incentivados a operacionalizar ao máximo os recursos disponíveis, nomeadamente ferroviários, para fruição de todo um património que pode ser colocado à disposição do turista.
 Sabendo que o caminho de ferro definiu a teia urbana de muitas cidades, inclusive do Entroncamento, cidade ferroviária por excelência, acreditamos que se os operadores, unirem esforços em função dos seus interesses e sob regulação adequada do Estado poderemos criar em Portugal, à semelhança de outros países europeus, uma oferta rica em história, vivências e saberes utilizando para tal o vastíssimo património ferroviário existente. Desta forma, assumir o Turismo Ferroviário como mais uma vertente do turismo significará incluí-lo devidamente no PENT – Plano Estratégico Nacional do Turismo e, também, valorizar um conjunto patrimonial cuja expressão territorial continental é, de facto, incontornável e merecedora daquela inclusão.

 Daniela Rodrigues do Rosário
Mestranda em Desenvolvimento de Produtos de Turismo Cultural no Instituto Politécnico de Tomar

23 de junho de 2015
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“Carpooling” está na moda!


Basta fazer uma pequena viagem no nosso país, para vermos junto à estrada dedos e dedos esticados, bem como mochilas às costas que escondem grande parte do corpo.
Lembro-me de passar em Vila Nova de Mil Fontes quando uma rapariga estava a pedir boleia, penso que para Lisboa, enquanto o rapaz lia entretido um livro poeirento, repleto de anotações. Passadas duas horas ainda ali estavam, desta feita a rapariga de ar cansado estava sentada numa pedra, lendo atentamente e o rapaz segurava um pedaço de cartão onde estava escrito o destino pretendido. Mas já ouviu falar em “carpooling”? Pois é, parece que está na moda.
As redes sociais são as grandes promotoras. Aqui, pode encontrar-se companhia para uma viagem que não quer fazer sozinho, bem como é possível dividir os gastos de combustível. Vários são os websites onde pode oferecer e arranjar boleia. Ficam alguns exemplos: Umcoche.net; Viagensportostoes.org; Deboleia.com; Pendura.pt; Boleia.net, entre muitos outros.
Este é um fenómeno sem dúvida que tem vindo a crescer todos os dias. Mas será que o nosso país está recetivo? Quem se aventura fora de Portugal diz-nos que continuamos a ter uma mentalidade com dificuldade em aceitar as boleias, se elas não forem devidamente combinadas através dos respetivos sites. Mas será que é correto dar boleia se não forem marcadas? É perigoso? Porque é que os outros países o fazem e nós nem por isso? Sabe que se aderir ao “Carpooling” as emissões de CO2 serão reduzidas de forma significativa? Porquê viajar sozinho, se apenas prejudica o ambiente e tem uma viagem extremamente aborrecida? Fica o alerta!
30 de agosto de 2014
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Artigo para a Revista Midas - Museus e Estudos Interdisciplinares

Varia e dossier temático: "Museos y participación biográfica"

 

Entroncamento de histórias: Registo de testemunhos orais


A história dos caminhos de ferro é muito mais do que falar em máquinas, estações de passageiros, rotundas de locomotivas, viadutos ou pontes. É feita de pessoas, dos ferroviários, das suas vivências e experiências. Histórias de vida, familiares e profissionais, que nos permitem, quando já não existe material do passado, ver aquilo que deixou de existir (Pesavento 2002). 

(...)

O património ferroviário é vasto, dividindo-se em móvel, imóvel e bens intangíveis. É nesta última dimensão que se encontram os hábitos, os saberes, os costumes, as tradições, bem como a memória. É a memória do homem que faz a história das gentes. É esta a base da oralidade e é através deste processo de comunicação que é possível recontar os feitos e avivar as lembranças. Desta forma, o património recorda as vivências, mantém e preserva a identidade de uma nação, de uma família (Choay 1992). O património é a herança que nos foi deixada pelos nossos antepassados.

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Recolher as memórias, sob a forma de testemunhos orais e registá-las em formato digital foi a forma encontrada de complementar a informação de que o museu já dispunha. Para preservar e divulgar este tipo de fontes, os testemunhos constarão na exposição permanente do museu, na forma de registo físico. É neste sentido, que os museus devem ser entendidos, ou seja, como locais onde se promove e se divulgam saberes e conhecimentos; um local onde os objetos, enquanto recursos museológicos, devem ser articulados com outras fontes de informação.

(...)

Leia aqui o artigo completo: http://midas.revues.org/558#text

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