O seu espaço

(Os textos aqui apresentados são da inteira responsabilidade dos autores.)

   Princesa de Faz-de-conta


Na vida de uma Princesa tudo é belo e perfeito!

Mas de que adianta ser Princesa se não se é feliz?!
Ser Princesa é viver no mundo da fantasia...num jogo de Faz-de-conta!
Neste jogo é bom ser Princesa!
Fazer-de-conta que somos felizes...
Fazer-de-conta que o nosso sorriso é verdadeiro...
Fazer-de-conta que nada nos atinge...
Fazer-de-conta que nos dá gozo viver...
Fazer-de-conta que nunca estamos tristes...
Fazer-de-conta que tudo em nosso redor é perfeito!
Quando na verdade a tristeza é constante e a alegria não passa de uma mera ilusão...
De que adianta ser chamada de Princesa, se depois há tanta falsidade?!
De que adianta ser Princesa,se depois vivemos numa constante incerteza de ser feliz?!
Para quê ser Princesa se a vida é um jogo de Faz-de-conta?!

Liliana Cestinha
7/4/2015


Fotografia: Ansel Adams


Poema

 

Há quem fale em cartas de amor
Palavra sentidas, sofrimento e dor
São enganos ou ilusões
São estados de espíritos e não citações,

É como fechar os olhos e juntar letras
Que passam por os espaços das nossas cabeças,
Isto é tudo e pode ser nada
De quem ouve de boca calada

É mais do que tu e eu podemos imaginar
Da lua, das estrelas, do sol até ao mar
São palavras estranhas que nos podem levar
A toda parte ou a nenhum lugar

É o presente o futuro ou o imaginário
De quem foge do seu diário,
Isto é tudo e pode ser nada
De todos os que não têm a sua alma gravada!

1/4/2015
- Félix Pereira Júnior in  É tudo ou nada


Liberdade na prisão

 
Tantos anos de prisão!
Aquela em que me privei de usar e abusar!
A prisão do divertimento...
A prisão da Amizade...
A prisão de viver...
Liberdade era tudo o que queria!
No dia em que me libertei..voltei a prender-me!
Percebi que o odio era bom! Odiar o teu olhar...o teu sorriso...as tuas palavras...foi isso que me prendeu!
E agora??
Agora não consigo ganhar de novo liberdade!
Voltei a por as algemas e fechar-me em quatro paredes...isolada do mundo!
Quem me dera que esse lugar...essa prisão onde me encontro...fosse o teu coração!
Esta prisão...a que chamam de 'Amor'...vai recebendo visistas...recebendo Anjos e Diabos!
TU és o meu Diabo...que com o olhar te transformas no meu Anjo!
És aquele que me guia, com apenas um gesto...um olhar...um sorriso...uma palavra!
Quero a liberdade,mas quero ir para a tua prisão!
Tornar-me no teu Diabo...que te põe em chama...que incendeia o teu coração!

Deixa-me ganhar Liberdade...Prendendo-me a TI!

Liliana Cestinha
1/4/2015


O sistema de ensino e a curiosidade - O segredo do conhecimento


Algo não está bem. Mais do que uma premonição, acredito que seja uma constatação partilhada por um número significativo de pessoas. A ideia pulsante de estarmos perante tempos de incoerência social, de desajuste, possivelmente, uma crise de valores, de crenças, de ideais. Ainda que o tema nos mereça uma reflexão profunda, da qual brotariam inúmeras questões, este necessita, verdadeiramente, de uma construção de rumos concretos. Todavia, é minha convicção que vivemos numa era em que nos é mais fácil identificar problemas do que sair de uma consentida apatia que nos levaria à sua resolução. Abraçamos os modelos instituídos e o comodismo de sermos guiados, sempre pelo caminho mais curto. Acredito, neste contexto, que o principal vetor de alteração de rumo deverá nascer, justamente, de onde resulta o problema – os indivíduos. Somos os causadores dos nossos próprios males (ou da não escolha de vias alternativas). Deste modo, aponto um caminho. A aquisição de conhecimento e os seus processos. Fugindo a deambulações concetuais em torno de termos como “educar”, “ensinar”, “formar” e “instruir”, tudo se resume na relação entre os indivíduos e o mundo exterior e entre os indivíduos e eles mesmos. Considero que os processos e os mecanismos de aprendizagem expandiram-se, resultando, contudo, numa manifestação inversamente proporcional por parte dos indivíduos. A ironia de ter mais e procurar menos. Nas instituições de ensino prevalece a formatação de modelos limitativos de conhecimento e de aprendizagem, baseados em hierarquias rígidas, caracterizadas pelo afastamento entre os que ouvem e os que são ouvidos. Hoje, afastamos-nos do conhecimento por preguiça, por desinteresse, por adormecimento. Cedo adormece no peito das crianças a chama da curiosidade. Essa força motriz que amplia e vivifica a experiência e o conhecimento. Sem ela o saber vai sendo encarado como um esforço obrigatório, uma imposição. É-nos ensinada uma forma de pensar, somos formados, e por isso moldados, perante o conhecimento; somos instruídos a construir e a operar as ferramentas do conhecimento. Ainda assim, pouca atenção se presta à educação. Pouco exercício moral e intelectual nos é despertado. Assumiu-se como aceitável o divórcio da cultura, do conhecimento e da sabedoria; essa não consciência de nós próprios, dos outros e do mundo. O sistema de ensino vive, por vezes, obtuso, distante dos seus participantes, nem sempre ativo, nem sempre estimulante de um público que se mostra passivo. A curiosidade, ainda que não seja a resposta absoluta para todos os males, tem um papel essencial na conquista de mentes mais dormentes. Não sendo apenas responsabilidade do sistema de ensino, cabe a este despertar um conceito iluminista que precisa de ser agarrado, aplicado e proactivamente difundido pelo público, facto que, na minha opinião, não tem sido vitoriosamente alcançado. É disto exemplo o condicionalismo presente no sistema de ensino em que, marcadamente, se transfere conhecimento no sentido de se formarem fileiras de “trabalhadores por conta de outrem” e, raramente, dotando os indivíduos de ferramentas que lhes permitam tomar a dianteira de algo. Há trabalho urgente a ser feito no seio de famílias, educadores e instituições. Há a responsabilidade, quem sabe obrigação, de transformar o atual cenário, procurando garantir o não comprometimento futuro. Este é um compromisso que deve ser, na minha opinião, necessariamente, assumido por todos. 

João Azevedo 
29 de março de 2015

Perdida



Perdi-me!
Perdi-me no caminho enquanto andava à procura da tal 'felicidade'!
Durante este percurso que percorremos toda a vida, vamos encontrando cruzamentos e rotundas...
Por vezes damos a volta à rotunda e voltamos para trás...será a atitude mais correcta?!
Por outro lado, quando nos deparamos com cruzamentos ficamos indecisos por que estrada ir...!
Eu escolhi a estrada errada!
A estrada em que tropeço constantemente nas pedras que encontro...caio...choro...estou ferida e magoada! Como me levantar?
Como conseguir ir em frente e chegar à meta da 'felicidade'?!
Porque não encontro ninguém que me faça feliz nesta caminhada?!
Porque caminho sozinha?!
A felicidade é incerta!
Somos nós que temos de arriscar e caminhar até a encontrar!
Desistir da felicidade?! Jamais!
Por mais quedas e feridas que ganhe...vou encontra-la!!
Desistir é para os fracos...aqueles que não são corajosos o bastante para continuar a caminhar!
Desabafos de uma Princesa...

Liliana Cestinha 
http://princesadefaz-de-conta.blogspot.pt
28 de março de 2015




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