segunda-feira, 6 de julho de 2015

Boho

Hoje deixo duas sugestões de vestidos da marca Cantão!
Já ouviu falar da tendência boho-chic? 
As tendências hippie e étnicas misturam-se numa simbiose perfeita sempre com um toque de classe. 




sexta-feira, 3 de julho de 2015

Vhils e Amália Rodrigues

O artista Vhils homenageia Amália Rodrigues na Rua de S. Tomé, na cidade de Lisboa. 
Não podia deixar de partilhar. 




A Laranja e a Tangerina

A laranja e a tangerina
São iguaisinhas na cor
A segunda é pequenina
E é diferente no sabor


A pêra quando é do ramo
Tem um valor diferente
O rapaz a quem eu amo
Tem amor a toda a gente

Amália Rodrigues

Verão+sol+calor=amor

Já fez as suas escolhas para brilhar neste verão?
Seleccionei algumas das peças de uma marca que tenho vindo a acompanhar e que acho lindas!
Não poderia deixar de partilhar!







quarta-feira, 1 de julho de 2015

E continua...

Veio para casa na sexta-feira, depois de uma semana internado. 
Os quatro esperávamos ansiosos que a ambulância chegasse, sentados no portal, com os pés pendurados como miúdos. 
Lá íamos conversando sobre futilidades, deste e daquele, com o coração apertado. 
Ele chegou. 
Quando o estavam a tirar da ambulância levantou a cabeça e eu sorri para ele. 
Disse-lhe "boa-tarde". Ele respondeu-me. Ele respondeu! Não o ouvia falar há mais de duas semanas. 
Foi tão bom! Senti tantas esperanças!
Gostei tanto de o ver melhor. 
Vestimo-lo e eu sentei-me ao lado dele até adormecer. 
Tivemos de o prender à cama, para não arrancar a sonda. Já o tinha feito no caminho para casa. 
Sábado de manhã fui vê-lo. Mal falou comigo. Ficou furioso quando olhou para as mãos. Adormeceu. 
Domingo, nova ida às urgências. Sonda arrancada e falta de ar. Nesse dia regressa a casa. 
Segunda-feira arranca a sonda e as enfermeiras voltam a colocá-la e prende-lo à cama. 
Terça chama-se o INEM, de novo, às 8h da manhã. Falta de ar, não fala, arrancou a sonda. 
Está no S.O. desde ontem. 
Tenho o coração apertado. 
Esforço-me por sorrir para os que me rodeiam que não têm culpa.
Sou egoísta. 
Gosto dele. 
É meu. 
É o meu avô. 

A tua lua estava assim ontem. 

sexta-feira, 26 de junho de 2015

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca; 
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...


Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada 
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta 
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso 
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria 
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada 
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

Oswaldo Montenegro

Fotografia: Sebastião Salgado